terça-feira, 4 de maio de 2010

As formigas

elas vivem de migalhas
as formigas lá de casa vivem a minha fome
elas procuram o que eu esqueço
as formigas bebem o meu vinho

descartam nada
elas vivem de migalhas

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

umdiasemritalina

Os livros sobre a mesa, as revistas espalhadas pelo sofá e a tevê ligada no canal 8. Ele pega o livro de capa vermelha que comprou na última liquidação de sua livraria favorita - disseram que era um ótimo romance. Os olhos perseguem a revista que ele comprou por conta de um artigo do linguista favorito. Ele começa o livro e acaba lendo o linguista. A tevê toma-lhe a atenção: era o programa favorito que tinha começado. Ele vai até o sofá, pega as revistas, as empilha em cima da mesa - ele vê o livro de capa vermelha. Uma revista fica no sofá, e é justamente a que tem como capa o músico favorito. Ele folheia a revista e acaba encontrando um artigo interessante sobre propagandas brasileiras. O programa está no intervalo. Ele lembra de uma melodia bem bonita, pega o violão e vai mostrar ao pai. Ele vai para o quarto e se deita pensando em algumas outras melodias. O programa acaba e ele cai no sono; na cama, um caderno com algumas histórias bem interessantes para seu novo blog.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dégradé de mim


Tudo que quero é uma noite

que a noite me abrace
que ela me tome e cuide

Tudo que me resta é a noite

e tudo que ela me toma
é o abraço

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ele e Ela

Na rua, estavam lá os dois: discutindo, batendo boca, se alterando, gritando, quase batendo. Ele estava com medo. Procurava de toda e qualquer forma amenizar e acalmar a baixaria que se instalara na calçada da vizinha. Tudo em vão. Nem sequer ouvi-lo ela tentava. Descrente, ele tentava ao menos fazer com que ela parasse a gritaria. Concordou com tudo. Nessas horas, sagitariano perde o orgulho e admite os erros - mesmo que não os tenha cometido. Ela se acalma - o bastante para que ele pudesse enfim falar. Tenta mostrar a ela que as coisas são simples, que não precisam de complicações. Ela reclama. Tudo o que disse foi em vão. Ninguém a entende mesmo - já estava desacreditada de tudo e todos. Ele entendia. Ela já estava mais calma. Ele mexe no cabelo e ela na roupa. Silêncio. Ela chora e ele não. Para ela, os que não choram são sem vida. Para ele, bem... Para ele,[em aberto]

domingo, 13 de dezembro de 2009

ZAP, Mosquito!

Quem nunca ouviu avó falar: “Quer estalar uns ovos, meu neto?” Bem, eu já. E aprendi, também com minha avó, a fazer um ovo mexido de dar água na boca (que muitos consideram algo fácil, mas não é). E não poderíamos nos esquecer da piadinha que fazemos para futuros noivos: “Ah, fulano faz um ovo maravilhoso. Já dá pra casar!” Ora, se fosse preciso somente saber estalar alguns ovos para poder casar, eu já o teria feito – se minha namorada tivesse disposta a me aguentar, claro. Mas paremos por aqui com este assunto de casamento. Estou aqui por outro motivo – tão importante quanto fritar ovos e casar – que vem tirando o sono de muitos alagoanos: os mosquitos. Mas para este problema há solução, e esta é a última, e elétrica, sensação do momento. Eu estou falando da Raquete Elétrica Mata Mosquito. A febre tomou conta do país, e todos estão estalando (“práá!” é o som do mosquito sendo eletrocutado) os indesejáveis e infames mosquitos. É só encostar a raquete no inseto, seja enquanto ele voa ou não, para deixar ele queimadinho. É muito mais eficaz do que tentar matá-los com as mãos – e bem mais divertido também. É importante não se esquecer de deixar carregando enquanto não estiver usando a sua Mata Mosquitos, para que na hora H você não deixe de estalar os indesejáveis por causa da bateria fraca. Sim, a raquete é recarregável, e para começar a caça aos inimigos de pernas longas é necessário carregá-la por 6 horas (é igual à celular! Precisa carregar antes de usar).

Se algum amigo está para se casar, nada mais legal do que presenteá-lo com uma Raquete Elétrica Mata Mosquito. Tenho certeza de que ele irá usar muito mais do que o George Foreman grill que vai ganhar da tia.

Abrir as pernas, ou não?

Calma! Este texto nada tem de pornográfico – gosto muito de Nelson Rodrigues, mas para este post fica a influência das crônicas esportivas. O título tem a ver com futebol. Mais diretamente, com o Brasileirão 2009. É que alguns times – que dependiam, realmente, de resultados dos outros – acham que houve “facilitação” por parte de clubes que enfrentaram o Flamengo nas últimas rodadas. Primeiro foi o Corinthians a ser acusado – Filipe nem se mexeu em cobrança de pênalti batido por Léo Moura –, e agora o Grêmio (que alguns dizem ter “ajudado” o Flamengo na conquista do título do Campeonato Brasileiro de 2009). Bem, é fato que Souza criou um mal-estar ao dizer que o Grêmio deveria atender à vontade da torcida de ver o time tricolor facilitando a vida do Flamengo, fazendo, assim, com que o time da Gávea saísse vitorioso e campeão. Pois é! A torcida, que deveria estimular o time a sempre vencer, dessa vez não quis isso. A vitória do Flamengo sobre o Grêmio dificultaria as coisas para o Internacional, que precisava de uma vitória e dependia do resultado do jogo de Flamengo x Grêmio (um empate já daria o título ao Colorado). O resultado vocês já sabem, não é? Internacional ganhou. E muito bem: 4 x 1 em cima do Santo André. Mas o caneco ficou com os flamenguistas, que venceram os gremistas por 2 x 1.

Estranho? Eu acho que não! Souza – e mais da metade dos titulares – nem chegou a jogar a partida. Seria estranho se eles tivessem jogado e o Grêmio saísse vitorioso.

Eles realmente são mosqueteiros fiéis.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Amor Ideal

Em conversa recente com uma amiga, esta me perguntou como eu pensava ser o amor ideal. Logicamente, não lhe demorei a responder que não sabia a resposta. Ela então se pôs a dizer o que seria então, para ela, tal forma de amar: “é rir-se do pulso acelerado ao ver o outro, é se envolver na história do outro como se ele nunca a tivesse dito antes, é sempre estar – mesmo não estando – perto do outro, é perder-se em seus cabelos, é sentir-se um só – mesmo sendo dois...”

Eu achei aquilo lindo.